
“Me faz mais feliz... Me dá asas pra fluir...”
Não se sabe o gosto exato das palavras ouvidas. Soa linda e delicadamente... Como uma canção de ninar. Embora eu tenha criado muitas dessas palavras em minha mente, é sempre diferente quando elas são realmente sentidas. E as ouvi. Muitas vezes não soube diferenciar palavra ouvida de sonhada, mas certamente estas foram reais.
Aquelas poucas palavrinhas fizeram minha alma dar pulos de alegria. Mesmo uma parte de mim sendo extremamente severa e me forçando a aquietar-me, eu não conseguia. Deixei as emoções dominarem. Deixei meu contentamento ser observado por olhos curiosos. E me permiti sonhar. Mesmo sabendo que tudo não passaria de sonho, me permiti imaginar novas falas e fazer as poucas que foram ditas ecoarem dentro de mim. Livres.
Uma onda de felicidade foi gerada em mim. Fitei o nada como quem espera que a qualquer momento uma voz querida encontre meus ouvidos. Mas não há nada. Sei que não há e tenho quase certeza de que não haverá – digo quase porque é sempre bom sonhar, mesmo que minhas chances sejam nulas.
Me permito sonhar agora, pois amanhã o sabor das minhas lembranças será amargo e me trará dor. Estarei de ressaca. Pronta pra sentir as conseqüências da minha insanidade. Pronta pra aprender que não devo sair da linha outra vez. Pronta pra ver que não devo me animar com tão pouco. Amanhã será um dia longo e precisarei de muito mais que minha força pra me levantar. Mas... e daí? Ainda estou no meu hoje. Vou aproveitar essa musica que ecoa em meus ouvidos. Dançar até cair no chão. Me permitir ser livre por meus poucos minutos.
“Sou o único que conhece a extensão plena e completa da minhas atividades” (Jostein Gaarder)