
Mora um anjo com o coração de poeta
Lá na casa de número trinta
Uma casa meio amarela, perto da esquina
Naquele quarto com três janelas.
Ele vem de um outro século
Mas disso pouca gente sabe
E não é nem questão de segredo
É que quase ninguém entende isso de verdade
Faz dos dias e noites um recital constante
Um monólogo de cada uma de suas faces
Uma novela, um conto, um romance
Faz graça das desgraças da vida
Não perde a linha
Não perde a rima
O poeta...
Guarda em si, dó e sol
Suas cores, sabores, suas dores e amores
Colhe uma flor dividida em três partes
Guarda lá, mi ré e fá numa caixa de duas metades
De quando em vez anda no meio da sociedade
Transpassando por bares e esquinas,
Por calçadas e avenidas
Sempre admirando as luzes da cidade
É aquele que vai além de uma era
Que às vezes passa despercebido, nem sempre bem compreendido
Que não deixa de ser poeta
Que não deixa de ser amigo.
Assim é o meu artista desconhecido.
Por: Vanessa Dantas
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