
“E todo dia nós tentamos encontrar... Procuramos nossos corações e nossas memórias, o lugar que costumávamos chamar de casa.” (No envy no fear – Joshua Radin)
Algumas daquelas pequenas lembranças ainda estavam ali. Guardadas na caixinha que ela mantinha dentro do armário. Sentiu que muita coisa havia mudado, inclusive ela mesma.
Viu naquele pequeno papel amassado uma letra meio torta, que há muito tempo aprendera a reconhecer como querida. Umas palavras que não diziam nada, mas mesmo assim faziam-na sorrir sempre que esbarrava os olhos por cima do pequeno papel. Mais ao fundo, junto com umas fotografias, estava a letra de uma musica escrita há muito tempo. Quem a escreveu nem lembra que fez aquilo, mas ela decidiu guardar mesmo assim.
Foram muitas cartas, muitos cartões e fotografias. Maioria dos remetentes ela já perdeu de vista, mas não esquece que eles foram uma peça muito importante para a construção de suas boas memórias, e daquela caixinha que se mantém enfiada no armário. Tem uma boa memória pra esse tipo de coisa, e, gostaria que mais alguém também a tivesse como uma boa memória.
E sem esperar por mais, ela junta todas as memórias de novo na caixinha, aquela caixinha de coisas especiais. É assim que ela acha que as coisas devem ser mantidas... Como memórias especiais.
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