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Quem sou eu

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Às vezes sou o que invento Às vezes sou o que não quero ser Às vezes sou poeira que aparece com o tempo Às vezes sou a pedra onde topas sem querer Ainda estou somente só Ainda ando com meus passos inseguros Ainda me encolho quando sinto dor Ainda choro quando tenho medo do escuro Sou uma bailarina que não dança nem nada Sou uma menina que ainda não cresceu Sou quem passa muitas noites acordada Sou quem acorda quando o sol já se perdeu

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sábado, junho 05, 2010

Desassossego.



“Eu agi sempre para dentro
Eu nunca toquei na vida.
Nunca soube como se amava...
Apenas soube como se sonhava amar.
Se eu gostava de usar anéis de dama nos meus dedos,
É que às vezes eu queria julgar que as minhas mãos eram de princesa.
Gostava de ver a minha face refletida,
Porque podia sonhar que era a face de outra criatura.”
(Desassossego – Fernando Pessoa)

Sou mesmo muito tola. Fico aqui me revirando na cama, imaginando tantas coisas que tenho certeza de que nunca deixarão de ser só isso: pura imaginação. Chego a ter vergonha de mim por ser tão estúpida. Sou esse animal sentimental, que volta e meia se pega chorando por nada, ou que cai de amores por tão pouco. Sou mesmo muito tola. Há tempos que não venho tendo sossego. Não tenho mais aquela calma companheira – que poucos enxergavam - , nem aquelas manias que me divertiam. Não tenho mais aquele ponto de apoio, nem o foco nas coisas que me davam alegria. Não sei dizer o que se passa aqui dentro, não sei dizer o que queres que eu diga, simplesmente não sei. Tenho perdido minha voz, contento-me em apenas observar, ser sempre quem está por trás das cenas, quem apenas assiste o que se passa. Não é tão triste assim como muitos pensam, só que é complicado quando você passa a observar demais e participar de menos. Você meio que perde um pouco do contato com os principais atores, e isso é ruim. Há quem consiga viver bem sem eles, há quem não consiga. Mas também há quem quer estar no meio de toda essa confusão. Que não quer estar apenas de um lado ou apenas de outro. Há quem queira acompanhar o que se passa pelos dois lados, mas ninguém quer saber disso. Não entendem muito o que se passa com um ser tão observador. Mas ainda observo. Não sei ser diferente. Sou mesmo muito tola. Tenho observado tanto, que tenho perdido a pratica nas relações sociais. Já vi os reflexos de tantas pausas para observar, já senti o cansaço me tirar o senso do que é real e o que não é. Ainda fico me revirando pela cama, imaginando aquela cena no balanço, imaginando aquele abraço de conforto, imaginando aquele beijo que não vai acontecer. Estou imaginando demais. Preciso do meu sossego de volta. Preciso encontrar meu ponto de equilíbrio. Sinto que estou sendo mais tola ainda, escrevendo tudo isso. Por que não deixei isso apenas na imaginação?


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11 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. "Por que não deixei isso apenas na imaginação? [...] Sinto que estou sendo mais tola ainda, escrevendo tudo isso" Foi a sua questão. Somos estranhos. Posso saber o nome do outro, posso ver o seu rosto e isso não importa, pois os nossos seres estão escondidos, tão escondidos, lá no nosso íntimo, que não há como tocar o ser de alguém e aí é que reside toda a estranheza do homem. E por termos essa estranheza é que nos faz um indivíduo, um sujeito singular.

    Somos tão singulares que já mais saberei, realmente, porque fez essa pergunta: "Por que não deixei isso apenas na imaginação?" Somos tão estranho até a nós mesmo que ao dizer “Sinto que estou sendo mais tola ainda, escrevendo tudo isso” é porque existe um grande desafio para encontrar palavras para expressar algo tão vasto, tão inexplicável, tão maior do que a própria pessoa e mesmo assim tudo o que você faz deveria expressar a si próprio, deveria ter a sua assinatura.

    Isso é a maior estranheza que temos e mesmo assim deveríamos expressar o inexpressível: o Eu... E como também é estranho expressar o inexpressível.

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  3. O desassossego também pode ajudar a mudar as coisas de lugar, mesmo que não queiramos.



    Adorei.
    ;*

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  4. Muitas saudades de seus escritos, mesmo estes, fartos de dúvidas e confusos.
    Amei as linhas.
    Grande beijo,moça do balé perfeito.

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  5. Oshi!
    Muito profundo.
    Esse poema ou sei lá o que de Fernando, quase choro.
    Ainda bem que voltaste a escrever, tava dando medo já; Você sabe o que me assombra? esse medo que as idéias faltem na gente, tem faltando tanto em mim, mas você voltou. Então, agora, tudo vai ficar bem.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. "Desejo que o seu melhor sorriso, esse aí tão lindo, aconteça incontáveis vezes pelo caminho. Que cada um deles crie mais espaço em você. Que cada um deles cure um pouco mais o que ainda lhe dói. Que cada um deles cante uma luz que, mesmo que ninguém perceba, amacie um bocadinho as durezas do mundo."

    (Ana Jácomo)


    Menina bailarina não se sinta tola em saber sentir, e que bom é fotografar em palavras aquilo que sentimos por dentro, será assim que suas observações voltarão a ser movimento.
    Também gosto muito desse lugar aqui. Beijos no coração e balé pro teu dia.

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  8. Mas sua vida ja é como a de amigos pra todo seus leitores, eu acho pelo menos. Agente fica ansiando pelo que sente, e como vai estar no dia seguinte, como será teu balé bailarina...

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  9. oi...
    escrevi ontem um texto bem parecido com o seu...não postei...sei lá...nem eu sei o porq...
    mas adorei o seu texto...
    teu blog é muito lindo ...PARABÉNS...
    to te seguindo...
    bejus de Luz...

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  10. Nem só de atores principais a peça é feita.Metáforas à parte, você sabe minha opinião sobre não estar no centro dos acontecimentos...

    Repasso o dito popular clichezento: 'antes só do que mal acompanhado', embora não tenha certeza de que seja a sua preferência.

    E...tente sempre tirar o melhor, mesmo que pareça estar vivenciando o pior -adoron antíteses -n

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  11. Ah sim o desassosego, esse mexe conosco em nosso intímo, mas também transforma. Lindo e profundo, mais uma vez sinto-me maravilhada e descrita em suas palavras.

    Parabéns.

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